MARCELO NOVAES
Um dia, eu medi a extensão
que havia entre o passo e a
sombra fria, entre o corpo e
a alma, a distância entre a
fala e o coração. Não era
tanta, e eu refiz palavra
em poesia.
Um dia, eu encontrei alguém,
quando tentei falar o que não
sabia. E era canção. Guardei
a lágrima no sopro, azulei o
meu caminho, e quase me
senti outro. Afastei-me.
[Quem dera de mim
mesmo poder
apartar-me].
Compus um blues, prostrado,
de joelhos, um blues também
prostrado [defronte ao muro
azul escuro; das almas,
apartado].
Nesse dia chorei alguma coisa
que soou-me inteiramente nova
e fez, da antiga, equivocada. Tão
mais azul se tornou a vida: e mais
trincada.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
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ResponderExcluirque poema lindo!
que poesia!
well, obrigada por me revelar mais do marcelo, assim com tão bela escolha...
p.s. sim, eu sei que está publicada, mas ler 1000 poemas não é coisa para "já"... rs
beijos
Lindo poema, Marcelo!
ResponderExcluirQuanto lirismo em suas palavras!
Beijos.